“Piratini um governo, tomando forma legal e o sangue banhando as pedras da Primeira Capital”,assim o compositor e cantor Cristiano Quevedo define em uma de suas canções,letra de Nico Fagundes, a importância e os épicos combates no século XVII acontecidos nas ruas e campos da histórica cidade durante a violenta mas importante ,por seus motivos e conseqüências, Revolução Farroupilha.O município que é inspiração constante para as letras e melodias de Cristiano, detém diversos adjetivos.No Berço da Tradição já foi possível presenciar relatos de visitantes garantindo que já na chegada à cidade sentem uma atmosfera diferente quem sabe, sensação motivada pela peculiar arquitetura que nos remete a época do Império.Mas Cristiano, piratiniense nato é e, se considera só mais um dos inúmeros personagens que nascidos em Piratini, contribuem ou contribuíram para a formação da rica história gaucha.Ele se soma a Barbosa Lessa, autor das letras e canções que até os dias de hoje são temas das apresentações artísticas de invernadas ou do lendário Erni Alves, ainda e pelo que se vê e ouve também por muitos anos futuros,diferencial na programação gaúcha da rádio Nativa FM afinal, as vinhetas deixadas por ele insistem em não envelhecer:”tiro de laço,abriu-se a tampa do brete o bicho pula,errou mandico,larga a égua e pega mula”,diz uma de suas obras que orgulham muito a emissora e os familiares que tem a presença do saudoso diariamente em suas vidas.Emfim...são tantos.Abdicar do automóvel, inclusive aos 42 anos ainda não possuir a carta de motorista e optar pela bicicleta como meio de transporte mesmo a família possuindo carro, vai tornando o advogado Juarez Machado de Farias mais um desses peculiares personagens.” Com muita naturalidade, uso a bicicleta nas minhas rotinas profissionais como advogado, vereador e radialista. A mala-de-garupa ao ombro é um é um adereço muito cômodo pois divide o peso nos dois gomos e deixa os braços livres.”,explica o advogado que acrescenta:” . O único desconforto de se andar de bicicleta é o fato de, em dias frios, dificultar o uso do poncho pois por diversas vezes, tive de parar o veículo em plena rua para tirar uma parte do pano do poncho que havia se enrolado nas engrenagens.”,conta.
A peculiar mala e o meio de transporte preferido do advogado estiveram presentes em histórias curiosas, pois ele garante já ter impedido uma separação ao ser abordado por um casal quando circulava com suas duas rodas. “A mulher, com um bebê nos braços; o homem muito triste, ambos, muito nervosos. Ela queria sair de casa porque dizia que ele era muito ciumento e o esposo pedia uma "segunda chance”.Então saquei da mala-de-garupa uma folha de ofício, branca, e escrevi, com letra bem legível, um termo de compromisso para que homem e mulher se respeitassem, perdoassem os erros de cada um e pensassem, em primeiro lugar, no bem-estar do filho. Ambos assinaram. De um grupo de pessoas que passou pelo local, pedi que duas assinassem como testemunhas. Parece que a reconciliação deu certo pois tenho revisto essa família e a impressão que tenho é que está em perfeita uniao.”,relata o piratiniense entendendo que a bicicleta, bota e bombacha, telefone celular, boina, um note book dentro da mala-de-garupa ao ombro do ciclista,são exemplos de que o antigo e o moderno podem conviver em harmonia pois o velho e o novo podem conviver,harmonicamente, em tudo e em todos.
Em 6 de julho, essa “Pátria de Bombachas”, onde essa peça que compõe a indumentária campeira é regra no guarda- roupas de homens, mulheres e crianças, concluiu as comemorações que duraram sete dias de festejos alusivos aos seus 221 anos de nascimento onde na Semana da Cultura milhares de piratinienses e visitantantes se deliciaram com a diversificada e atrativa quantidade de eventos oferecidos à população.
Nael Rosa - Jornal A 1ª Folha