Abuso sexual contra menor de 9 anos choca Piratini

domingo, 5 de setembro de 2010

Um crime onde até a noite da quarta-feira,1º de setembro quando o principal acusado foi preso,a única pessoa punida era a própria vítima, hoje para sua proteção e recuperação,limitada a uma instituição competente e para crianças também abusadas sexualmente.
Ao ler no singelo bilhete escrito a lápis em uma folha de caderno rasgada frases como:”professora você é a pessoa mais importante da minha vida”,e: “diz para meu irmão que quando lembro das nossas brincadeiras eu choro”,é visível a emoção da mestre que detectou os abusos.
A quietude excessiva, a mudança de hábitos repentinos e a reclusão na “Casa de Recreação”,local da escola de interior em Piratini,onde além das bonecas,as meninas tem para as brincadeiras maquiagem à disposição,alertaram a professora de 27 anos.”O brilho no  olhar  já não existia mais.Percebi que havia algo errado e que a infância tinha ficado para trás quando ela se isolava e optava por esmalte,batom ao invés de bonecas”,contou a ela que testemunhou os relatos da criança.
“Ouvi,estarrecida,ela dizer:’ele judia de mim. Tirava minha roupa e a dele.Não quero que me judie mais,eu só quero ajuda”.reprisou  a mestre com a voz embargada.
Os depoimentos da menor de apenas 9 anos,revelam que os abusos onde o suspeito é um vizinho e sua família,incluem-se segundo o relato da vítima, a esposa do acusado e seus dois filhos menores de idade, podem ter sido cometidos por no mínimo um ano quase sempre na casa da família onde a menor permanecia por longos períodos,inclusive pernoitando,sempre com o consentimento da mãe que mesmo após a denúncia feita pela filha dizendo:” mãe, o  “A” mexeu comigo”,quase nenhuma providencia tomou e  o laudo dos médicos confirmo,u em virtude da cicatrização da violação,que o primeiro ato de pedofilia havia acontecido já há algum tempo.
O caso foi levado ao conhecimento do Conselho Tutelar e da Polícia há pouco mais de dois meses, mas somente esta semana, o Juiz da Comarca, à  pedido do delegado Gilmar Mesquita, expediu o mandado de prisão preventiva levando os agentes da DP de Piratini, prender o homem de 43 anos em sua casa.
A versão dos pais-
Separada do marido,com mais dois filhos, 3 e 7 anos, vivendo de favor em uma estrutura precária, sem energia elétrica e tendo com renda principal pouco mais de R$ 160 da Bolsa Família, a mãe da menor conversou com nossa reportagem onde demonstrou uma surpreendente ausência de preocupação com o drama da a filha que talvez não  retorne mais ao lar, mas demais preocupada com uma possível prisão por conivência.
Com relatos muito contraditórios, alternou versões, hora afirmando que até então não sabia dos abusos, mas em  outros, confessa ter sido informada pela filha mas nada fez, segundo ela, por medo do acusado e influencia dos demais vizinhos.”Ela me disse que um dia lá na ponte,quando foram tomar banho no arroio,ele convidou e mexeu com ela e que ela tapou os olhos então achei que era mentira,,coisa de criança.”,contou a mãe referindo-se as férias do ultimo verão em que a filha permanecia com a família do acusado.
Mas diante da exposição de alguns fatos,acabou confessando que teve noção do que poderia estar acontecendo e justificou sua conivência por medo.”Circula nas redondezas outras histórias dele desse sobre ele.Me culpo e me pergunto como eu não percebi antes”,questinou-se.
Já o pai ,que vive na mesma residência separado da ex mulher apenas por uma porta,negou que soubesse dos abusos e quando fato veio  a tona,falou com o acusado três vezes que negou a autoria e ameaçou processá-lo.

Nael Rosa - Jornal A 1ª Folha

 
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