A Semana Farroupilha reuniu trovadores durante as suas festividades, no Primeiro Encontro de Trovadores, acontecido no Centro de Eventos Erni Pereira Alves. O troféu de primeiro lugar foi merecidamente entregue pelo Prefeito Vilso ao já reconhecido trovador Aristeu Silva.
O que trovadores e atores têm em comum? Em que o trabalho deles difere ou se aproxima? Um dos principais elementos que une trovador e ator: a improvisação em uma performance. O improviso, para o trovador, está mais ligado a um dom especial, ao passo que, para o ator, é uma habilidade sujeita a aprendizado mediante uma disciplina de exercícios. Podemos dizer polos opostos: cada qual reflete os diferentes universos culturais aos quais estão inseridos.
A História conta que antes da primeira metade do século XX, eram recitadas entre amigos e parentes, nas casas, bares e festas. Eram canções cujos versos compunham-se em quadras, com temas que surgiam durante a condução do jogo poético. Com apoio dos meios de comunicação, as trovas passaram a ser mostradas nas rádios, e os trovadores começaram a ser contratados para shows. Evoluíram, caminhando para sextilhas: seis versos de sete sílabas, com o segundo, o quarto e o sexto rimados, para maior exploração dos recursos poéticos. A seguir, foi introduzido nas trovas o tema sorteado, pensando em evitar que os trovadores viessem de casa com os versos já decorados, os famosos “versos de manga”. Surgiram então os festivais com avaliadores e premiações.
Apesar de ter aceitação do público, os trovadores reconheciam que, à época das trovas livres, sentiam-se mais despreocupados e mais à vontade diante de um novo desafiante. Acontece que, com a sua inserção nos meios de comunicação, a trova tornou-se mais comportada. Este fato acentuou a preocupação do trovador e o seu comprometimento com os festivais, com os temas-surpresa e com o julgamento, sentindo o peso da responsabilidade. Estes reconhecem que a competência de sua performance não depende apenas de um apanhado de técnicas aplicadas em complexos treinamentos laboratoriais, porém de um saber que as transcende. Valores como o respeito ao tempo da natureza, da tradição e das relações humanas são consideradas fundamentais em sua prática. Mas, especialmente, o dom é fundamental para um trovador.
Na Semana Farroupilha de 2011, acontecerá o 2º Encontro de Trovadores.
Virgínia Motta – Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Piratini