Acusado de tentativa de homicídio pega 10 anos

domingo, 28 de novembro de 2010

O Tribunal do Júri, presidido pelo Juiz Roger Xavier Leal e composto por quatro homens e três mulheres, fixou em dez anos,regime inicialmente fechado, a pena para  Nadir Guterrez, 53 anos, autor de cinco facadas em Cairo Renildo Pinto da Silva, 44, em 17 de agosto de 2008 durante desentendimento em um bar.
Quando o socorro chegou, a vítima, com ferimentos no abdome e peito, segurava a faca do crime deixada no local pelo autor que fugou mas foi capturado pela BM há quadras do local. 
O julgamento realizado que teve início na manhã da quinta-feira, 25, foi concluído por volta das 16 hs quando após 30 minutos, o juiz da comarca leu a sentença com a decisão do corpo de jurados, condenando o agricultor por tentativa de homicídio qualificado.
A acusação onde atuou a promotora Cristiana Chatikin, foi bem sucedida ao convencer os integrantes do júri de que as facadas não foram desferidas em situação de legítima defesa. ”Quem perfura alguém cinco vezes não está se defendendo e por muito pouco, tu Cairo, estás aqui”, verbalizou Chatikin, ao dirigir-se a vítima que da assistência acompanhou o julgamento.
A defesa do Advogado Ismael Pires da Rosa, tentou mostrar ao Conselho de Sentença que a inferioridade física de seu cliente em relação a vítima, pois segundo ele só feriu porque era surrado e nada mais lhe restava fazer no momento, foi o motivo das facadas. ”Ele batia a cabeça de Nadir no chão seguidamente e não havia outra coisa a ser feita, pois debaixo de Cairo, não lhe deixou outra alternativa. Foi pelo instinto de defesa”, sustentou Pires da Rosa, que viu seu cliente sair em liberdade do tribunal, pois conforme decisão da Justiça, por ser primário e ter endereço fixo, o réu poderá aguardar recurso em liberdade. "Foi exatamente o que o MP pediu aos jurados. Nem mais nem menos. Estamos satisfeitos”, avaliou a Promotora ao referir-se a pena imposta,sentimento não compartilhado por Cairo. "Eu esperava mais mas já que não foi possível, ao menos servirá para ele refletir e não fazer o mesmo com outra pessoa. Nunca o agredi fisicamente. Saímos para conversar e ele me esfaqueou”, contou à reportagem.
Pires da Rosa, nomeado para defender o condenado que conheceu praticamente no tribunal, discordou que esse fator tenha atrapalhado sua defesa e argumentou que as dificuldades foram motivadas por não ter sido dele, a instrução durante o processo. ”Outros dois colegas já haviam passado pelo caso. Vou avaliar, mas devo recorrer, pois entendo que a pena está muito alta”, informou.

Nael Rosa - A 1ª Folha
 
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