Dois casos brutais de maus tratos à animais tendo como vítimas um cachorro e uma égua, foram motivo de perplexidade entre os moradores do bairro Padre Reinaldo, em Piratini.
As duas situações foram alvo de denúncia da Ong Amigo do Bicho, entidade protetora dos animais no município e presidida por Vera Lúcia de Oliveira responsável, após ser informada por moradores, por acionar as autoridades.
Um dos atos de crueldade extrema ocorreu em janeiro deste ano, mas só agora foi liberado pelas autoridades para a imprensa.
Um cão dócil, segundo moradores que pediram para não ser identificados, foi vítima de seu dono, que assegura a presidente da ONG, já ter um histórico conhecido na vizinhança por maus tratos aos seus animais.
Após presenciar o vizinho conduzir o cachorro preso a uma corda para dentro do matagal e minutos depois retornar de mãos vazias, uma das testemunhas desconfiou e resolveu conferir e ao chegar ao local deparou-se com cachorro já sem vida enforcado em um tronco de árvore.
A testemunha que optou pelo anonimato por ser peça importante no que hoje é um processo e também por temer o autor do fato, revoltada com a barbárie comunicou imediatamente a Amigo do Bicho que acionou a Brigada Militar.
Após a apuração dos fatos a Polícia Civil responsabilizou o dono do animal que vai responder por crime contra fauna.
Revoltada, a representante da ONG contou que um mês antes do absurdo ocorrer, os mesmos vizinhos denunciaram que uma cadela e seus filhotes estavam morrendo de fome e que o mesmo homem agredia seus cachorros freqüentemente.
Os animais com o consentimento do proprietário foram levados para a sede da Organização, mas por estarem bastante desnutridos, os oito filhotes morreram.
Tão absurdo quanto e também objeto de denúncia da presidente da entidade, foi a agonia e morte sofrida de uma égua no mesmo bairro. Caída num terreno debaixo de sol forte, sem água, comida e com ferimentos profundos nas patas e outras partes do corpo, a égua agonizou até a chegada da ONG e Brigada Militar.
Assim que populares informaram à BM o paradeiro do proprietário do animal, os policiais o encontraram dormindo tranquilamente em sua residência.
Mostrando não se importar nem um pouco com o estado crítico da égua, o homem justificou os ferimentos afirmando que foram causados por uma queda.
Um veterinário foi chamado e aconselhou não mover com o animal que foi então medicado, recebeu água, alimentação, mas não demonstrou nenhuma reação tendo que ser sacrificado no dia seguinte pelo veterinário através de uma injeção.
A após o registro do boletim de ocorrência, a denúncia acompanhada de fotos dos vários momentos da agonia do animal, foi entregue ao Ministério Público que deverá se pronunciar sobre o caso.
Nael Rosa - 1ª Folha