TAEKWONDISTA PIRATINIENSE SONHA COM O RIO 2016

sábado, 1 de maio de 2010

Com exceção do futebol, todo atleta, independente de modalidade, traz consigo o sonho da medalha olímpica para poder atingir o ápice da carreira.
A seis anos da realização dos jogos no Rio de Janeiro, chegar a esse patamar pode significar a oportunidade de sentir de perto a atmosfera criada pela torcida brasileira e quem sabe ajudar a tirar o Brasil da incomoda e já tradicional posição intermediaria no quadro de medalhas.
Marina Leichtweis está entre esses milhares de sonhadores que gostariam de fazer parte da delegação olímpica brasileira quando essa hora chegar.
Com 21 anos, a campeão de Taekwondo é uma daquelas atletas que só não ganhou aquilo que a falta de patrocínio e segundo ela,a presença da política no esporte impediu.
Poucos meses após pisar no tatame pela primeira vez, influenciada pelo irmão Fernando que praticava a arte, Marina já ganhou o primeiro de seus mais de 50 títulos, dando literalmente os chutes iniciais para uma carreira recheada de campeonatos, glórias, mas também de algumas frustrações.
Cursando o 5º semestre de Educação Física na UFPEL, a faixa preta coleciona campeonatos em todas as categorias da luta marcial entre eles, dois títulos individuais do Brazil Open e um de duplas, 2003/2004,realizados em São Paulo, um título do Jirgs em 2005 e o vice campeonato do Argentina Open, em Lujan ,em 2006.
As muitas conquistas dessa atleta piratiniense, filha de um bancário e uma funcionária pública do Estado, não impediu decepções que ela considera prejuízos consideráveis à sua carreira.
A falta de patrocínio, fator que aliado a má vontade dos governantes faz com que o País continue a ocupar o papel de coadjuvante em disputas mundiais, e segundo ela a politicagem na Federação Gaúcha,não permitiram que Marina integrasse a Seleção Gaúcha de Taekwondo no ano passado,caminho inicial para fazer parte do time nacional onde está a elite da modalidade,”Cerca de R$ 2.000, custo básico com passagem de avião para Mato Grosso, hospedagem e alimentação, foi o motivo da minha desistência”,lamenta a taikwondista.
Quanto aos dirigentes, a atleta diz estar extremamente decepcionada e que eles causaram à ela um enorme prejuízo pois tem conhecimento de que há uma verba interna para custear os classificados mas que por ser de uma cidade do interior,sentiu a descriminação por parte dos cartolas e isso ficou nítido quando a escolhida para integrar a equipe para disputar o brasileiro de 2009, foi sua reserva ,atleta da capital e lutadora que havia sido vencida por ela na final da seletiva interna.”Não foi a primeira vez que aconteceu.Na seletiva para o brasileiro em 2006, eles fizeram exatamente a mesma coisa”, acusa.
Junto aos seus muitos troféus e medalhas, fruto dos 15 anos de muitos socos e chutes pelos tatames do Brasil, Marina afirma que como a idade limite para encerrar a carreira no Taekwondo é 27 anos, sua auto confiança e determinação, características que sempre estiveram presentes no momento das disputas, impedem que ela desista assim, garante tentar novamente a seletiva para a Seleção Gaúcha para continuar a sonhar com o RIO 2016.

Nael Rosa - 1ª Folha
 
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