Pela rica e importante história, Piratini é uma cidade que mesmo ainda engatinhando nesse sentido enquanto estrutura, acredita que tem potencial para se tornar referência turística na região, embora a atual realidade não remeta a esse futuro promissor.
Com apenas 22 mil habitantes e tendo como principal fonte industrial e financeira a plantação e extração de madeira, setor bastante distante da posição que já ocupou, por ter sido fortemente atingido pela última crise mundial, a 1ª Capital Farroupilha há alguns anos surpreende pelo desproporcional e alto custo de vida existente.
Nesse sentido, os aluguéis são apontados como grande vilão e classificados como absurdos, dão a pouquíssimas pessoas o privilégio de morar ou abrir um comércio no centro da cidade ou nas proximidades, sendo o grande responsável pelo insucesso de diversos microempreendimentos que por uma pequena sala, tem que desembolsar em média R$ 750,00 e algo em torno de R$ 350.00 para uma casa com dois dormitórios.
Atuando desde 1995 no setor imobiliário, o corretor de imóveis, Luciano Lopes Carvalho, é pioneiro na organização da venda e locação de prédios comerciais e para moradia em Piratini.
Diante da discrepância existente entre os preços de mercado e o poder aquisitivo da população, a reportagem procurou Luciano para tentar entender o motivo da supervalorização dos aluguéis.
O corretor acredita que as conversões da moeda decorrentes de planos econômicos passados e não bem sucedidos, servem de explicação para os valores e índices ainda usados. “Até surgir o real, os preços eram tabelados usando como referência um salário mínimo e quando ocorreram as conversões de moeda, os locadores não obedeceram os novos e menores índices e isso acabou tornando-se referencia”, acredita.
Mas a atual escassez de inquilinos passa a ser a esperança para a redução dos valores e o corretor e dono de uma imobiliária, acredita que a enorme quantia de prédios vazios, principalmente para comércio, forçará a baixa dos preços. “Somente eu, atualmente estou com oito salas comerciais, todos no centro da cidade, aguardando por interessados”, informa ele que completa: “As facilidades para a aquisição da casa própria, com prestações menores que os cobrados por um aluguel e sem que seja necessário apresentar um fiador, contribuem significativamente para sumiço dos locatários”.
Nael Rosa - Jornal A1ª Folha